Entenda o que são derivativos no mercado financeiro
Por Juliana Rosa
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do "Entenda o Famoso"
Para tentar se defender de oscilações de preços
futuros de um ativo financeiro ou até mesmo alavancar suas aplicações, investidores
apostam em derivativos,
que são ativos financeiros que derivam, como o próprio nome já diz,
de um outro ativo.
As modalidades mais utilizadas são a termo
e de opções nas bolsas
de valores e as operações na Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F),
como negociação de algumas commodities agrícolas, câmbio, ouro
e índices como o futuro do Ibovespa.
Quem acha que o preço do ativo a ser negociado
vai subir entra na operação como comprador. Assim, garante que, mesmo que
daqui a um tempo o preço suba, ele comprará pelo preço combinado. Mas se o
preço cair, o investidor pode ter que pagar pela quantia combinada, que pode
ser maior do que a encontrada no mercado à vista.
Em opções, depois de pagar um prêmio ao
vendedor, o comprador pode ou não exercer seu direito de compra, ou seja, pode
optar. Os vencimentos ocorrem sempre na terceira segunda-feira dos meses pares
do ano. Já no contrato a termo, passado o tempo combinado – os vencimentos
acontecem normalmente 60 ou 90 dias a partir da assinatura do contrato – as
duas partes são obrigadas a liquidar a operação.
No mercado a termo, é preciso depositar garantias. No
caso do vendedor coberto (que já tem as ações), as próprias ações negociadas.
Já as garantias do vendedor e do comprador descoberto são depositadas em dinheiro,
títulos e cartas de fiança, por exemplo. No contrato
de opções, o comprador tem que pagar uma quantia ao vendedor pelo direito,
se quiser, de comprar as ações. Mesmo que não compre, o dinheiro do prêmio
não é devolvido.
Liquidar antes do prazo
O economista Antônio Gonçalves explica que as
operações a termo podem ser liquidadas antes do vencimento e, por isso, é
definido no contrato quem pode pedir antecipação e se o valor a ser pago terá
que ser integral ou proporcional ao número de dias combinado.
Os derivativos são usados para fazer hedge. Se uma empresa tem dívidas
a pagar em dólar pode fechar na BM&F um contrato de dólar futuro para
garantir que pagará a cotação desejada quando tiver que quitar a dívida. "Dessa
forma, mesmo que a moeda americana ultrapasse a cotação fixada, a empresa
comprará pelo preço combinado. Neste caso, ela estará protegida, ou seja,
fez um hedge", explica Gonçalves.
Os derivativos, quando não são usados como hedge, são investimentos de alto risco. Vamos
supor que alguém resolveu fechar um contrato futuro de café como vendedor
e apostou que, se hoje vale R$ 14, vai custar R$ 12 daqui a 30 dias. Passado
esse prazo, se a cotação cair apenas para R$ 13, e esse alguém não tiver o
café, terá que comprar no mercado por R$ 13 para vender por R$ 12 (o valor
combinado). Ou seja, vai perder dinheiro, explica o diretor de análise de
investimentos da corretora Diferencial, Zulmir Tres.