1.
Reunindo Inteligência
Investimento
é um processo multidimensional. Claro, a primeira dimensão é a taxa de
retorno. O dilema econômico básico é este:
Devemos consumir agora ou mais tarde?
Uma
pessoa buscando lucro tem um número de investimentos em que pode atuar.
Dado que nossos desejos e necessidades são quase infinitos, temos forte
preferência pelo consumo imediato. Curto prazo, bolsas e títulos públicos
são os mercados que a maioria considera em primeiro lugar.
Cada
mercado como veremos, pode ser subdividido em outros
"sub-mercados"menores. Estas subdivisões poderiam tornar-se quase
infinitas. E cada pequeno "sub-mercado", ou segmento, teria
propriedades distintas as quais um investidor deveria conhecer antes de
decidir-se pela aplicação.
Vamos
no restringir somente às aplicações de curto prazo, ações
e títulos públicos, e como podemos combiná-los na formação
da carteira (portfólio)
de investimentos, objetivando satisfazer as necessidades passivas
futuras.
As
diferentes formas de investimento têm produzido diversas taxas de retorno
em, períodos de longo prazo.
No
curto prazo, a rentabilidade dos segmentos irá variar em torno das médias
de overnight.Estas variações no curto-prazo são aberrações quando observada
do ponto de vista do longo prazo.
Analisando
as informações no longo prazo, teremos uma visão mais confiável
para avaliação dos mercados. Isto nos dá uma ferramenta poderosa
para estimar as "faixas de racionalidade" quando construímos
ou avaliamos nossos portfólios.
Mais
tarde veremos que os próprios investidores individuais são freqüentemente
seus piores inimigos.
O
comportamento do investidor pode ser determinado por uma visão extremamente
limitada.
Investidores
menos esclarecidos insistem em tomar decisões de longo prazo baseadas em
experiências muito recentes, geralmente alternando expectativas imediatas
que variam de euforia à ruína.
Desta
forma o conceito básico de disciplina voa pela janela e coisas ruins
acontecem aos resultados dos investimentos.
1.1
Poupança e Investimentos
É
útil estabelecer a diferença entre poupança e investimento.
Como
poupança entendemos o capital protegido apenas dos efeitos da inflação.
Investimentos
oferecem um retorno a longo prazo suficiente para a inflação futura e pelo
fato de serem negociados diariamente, tem valor flutuante.
Se
não se tem ambos, tem-se um plano de poupança.
Taxas
de retorno de risco zero estão ligadas às taxas de inflação. Portanto
desejando-se manter níveis próximos à inflação, pode-se realizar objetivos
limitados com títulos de curto prazo, mas nada além disso.
2 Avaliando o Risco
"Risco" é a palavra-chave do
investidor.
Todos
somos avessos ao risco. Naturalmente preferimos um resultado certo isento
de risco.
É
racional e normal estar esclarecido a respeito do risco do investimento.
Mas informações normais, ou superficiais, de certa forma, podem gerar um
temor irracional.
E
esse temor exagerado mantém distantes muitas pessoas de investimentos
adequados.
Em
muitos casos, a aversão ao risco é o medo do desconhecido, um sentimento de
estar fora do controle ou de não saber o quão ruim as coisas poderão ficar.
Sem
informações sólidas e consistentes o risco torna-se um fantasma assustador.
Devemos
estar cientes que o mercado de risco é quase exclusivamente um fenômeno de
curto-prazo que se dilui no tempo, e que não participar, estar informado do
mercado pode ser o maior risco.
A
correta compreensão do que é risco,de onde vem, como é medido e como é
conduzido são necessários na construção de carteiras "eficientes"
que atendam nossas necessidades "Eficiente" significa que, ou
obteremos o máximo de retorno em qualquer nível de risco que escolhemos
assumir, ou individuais.
Encontraremos
a taxa ideal de retorno com o risco que estamos dispostos a assumir. Risco
oferece a chance de retornos maiores.
2.1. O
Dilema do Investidor
Risco
é o interesse básico dos investidores. A aceitação do risco
é o que separa o poupador do investidor. O investidor de
sucesso deve obter com as implicações da aceitação do risco.
Ele não pode esperar por altos retornos sem aceitar a flutuação.
E deve compreender que as flutuações não são apenas positivas.
Os dias não são uniformemente tranqüilos.
Deve
ser honesto consigo mesmo acerca de sua tolerância ao risco, e resistir à tentação de abandonar
a carteira quando os inevitáveis dias ruins chegarem. Dias
ruins são considerados diretamente pela estratégia de investimento.
Consideramos que existam muito mais dias bons que maus, sendo
essencial obtermos melhores e maiores resultados durante os bons
dias, do que perderemos durante os maus. Mas isto não faz sentido
se julgamos que os dias ruins não estão por vir.
Os
investidores que julgam que são, de algum modo, imunes ao risco, ajustam sua rota ao desastre.
Uma das piores coisas que um investidor pode fazer
é aceitar um risco na
esperança de que seus investimentos apenas subam. Os mercados
não trabalham desta maneira. E um investidor que não
entende isto cairá vítima da síndrome da "compra na alta-venda
na baixa"
A hora de compreender totalmente a
tolerância
ao risco e o risco na carteira de investimentos
é antes de fazer os investimentos !
2.2.
Fontes de Risco
O
risco vem de diversas fontes. Muitos livros
de finanças classificam-no desta forma:
- Risco do Negócio - Uma empresa pode falir,
deixando seus títulos sem valor
- Risco do Mercado - Mesmo investindo em uma empresa
sólida, uma baixa no mercado pode levar suas ações também para baixo.
- Risco da Taxa de
Juros - O valor dos títulos
varia em razão inversa das taxas de juros.
Ações e outros ativos também são
afetados pelas taxas de juros em geral.
- Risco de Inflação - O investimento pode não
acompanhar a inflação, resultando numa diminuição da riqueza ou do
poder de compra.
- Risco da Moeda - Conglomerados estrangeiros podem
ter valor alterado seguindo alterações no câmbio de seus países de
origem.
- Risco Político - O governo pode fazer algo que o
clima econômico. Isto pode variar de aumento de taxas, revolução,
guerra ou confisco de propriedade, impondo um retorno mínimo.
Um risco
que não encontramos nos livros de finanças é o de errar na decisão
pelo investimento seja pelo timing do mercado ou
pela escolha do ativo.
2.3. Risco é parte do processo de
Investimento
O
risco nunca desaparece. Faz parte da
vida e é parte do processo de investimento. Qualquer
investidor que pense que eliminou o risco estará enganando a si
mesmo. Estará apenas substituindo um risco que compreende
por outro que não. Algumas vezes os investidores simplesmente
decidem-se por ignorar alguns riscos. Especificamente, os investidores
freqüentemente subestimam ou ignoram a devastação que a inflação
pode causar nas aplicações pré-fixadas. A inflação é como um câncer
que cresce gradativamente. No início não é notado, mas eventualmente
pode matá-lo.
Todo
risco pode ser minimizado ou controlado usando-se técnicas bem
definidas. O truque é gerenciar sua carteira para alcançar o
nível máximo de retorno em qualquer nível de risco que esteja disposto a
aceitar, marcar gols com o menor risco possível e desenvolver uma
estratégia que tem a mais alta probabilidade de sucesso.
2.3.1
Fatores que Multiplicam o Risco
Concentração
de Investimentos - Um investidor que mantém somente ações de uma ou duas
empresas, mesmo que sólidas, sofre pela violação do princípio fundamental
da diversificação.
- Alavancagem ou
Margem - Temos visto o
quanto a alavancagem amplia o risco.
- Opções, Futuros ou
Commodities - Especulação
em todos estes mercados utilizam extraordinárias quantias para
alavancagem e levam a devida quantidade de risco.
2.4 O Risco do Ponto de Vista do
Investidor
2.4.1 Flutuação não é a Perda do principal
Digamos que você pegou um milhão de reais e
comprou uma carteira diversificada de ações. Você tem então um resultado
inesperadamente baixo no primeiro ano e perdeu 20%.
Bem, você teve uma flutuação dos juros, mas
não teve uma perda de capital se você pode reprimir o desejo de fazer a
pior coisa possível e vender quando o mercado estiver em baixa. E os
mercados estão sempre retornando ao passado. O passado indicaria que tudo
que você deve fazer para recuperar-se e conseguir lucro aceitáveis é
manter-se firme. Enquanto que uma ação individualmente pode certamente ir a
zero, o mercado inteiro não. Exceto em caso de guerra ou
revolução. Tanto quanto se espera que a economia mundial
continue a crescer, o mercado de títulos refletirá este crescimento.
2.4.2 Negócios Arriscados
Como vimos existem várias maneiras de se
visualizar o risco. Quanto maior seu horizonte de tempo, mais certeza
teremos que as ações apresentarão alternativas de realização. Muitos
provavelmente imaginam agora que o tempo deve ser uma dimensão muito
importante da questão do investimento.
Ninguém pode eliminar o risco do
investimento, mas existem técnicas eficientes de se gerenciar ou aliviar
cada tipo de risco.
3. Amansando a fera
Risco
é a questão central do processo de investimento. Técnicas específicas
permitem investidores reduzirem os efeitos de cada tipo de risco.
3.1
Risco do Negócio
O
risco do negócio é o risco que muitos investidores consideram
primeiro. Mesmo grandes e sólidas instituições podem
desaparecer repentinamente e sem um traço. Diversificação é a
estratégia básica de proteção para o investidor. Uma empresa
pode quebrar, mas não o mercado todo.
Uma
carteira diversificada mantém valorizações, diminuindo rapidamente o risco
do negócio.
3.2.
Risco do Mercado
O
risco do mercado é freqüentemente chamado de risco não
diversificável. Mercados não movem-se na mesma direção ao mesmo
tempo. Uma carteira diversificada apropriadamente terá ativos em variados
mercados ou segmentos de mercados. Na maioria dos anos isto
oferecerá uma significativa atenuação do risco do mercado.
3.3
Risco da Taxa de Juros
As
taxas de juros afetam os investimentos de vários modos.
Primeiramente,
com o aumento das taxas de juros, o valor dos títulos de renda fixa
de longo prazo caem. Claro que se, por outro lado, as taxas
caem, os que tem estes títulos apreciarão. O aumento ou a queda da
necessidade de capital acrescenta um sério risco ao que muitos consideram
ser um investimento "seguro".
3.4
Outros Efeitos das Taxas de Juros
Os
investidores devem também estar alertas ao fato de que o nível das taxas de
juros na economia terá uma significativa influência em todos os outros
ativos. Ações tornam-se menos atrativas aos investidores nos períodos de
altas taxas de juros. Altas taxas de juros são freqüentemente associadas
com expectativa de inflação, geralmente um sinal de que a economia não está
saudável. Os custos dos juros causarão impacto em alguns negócios muito
mais que em outros.
3.5
Risco Político
Por
bem ou mal, os governos em todos os níveis exercem um grande impacto no
clima de investimentos. Risco político inclui não só uma
revolução, mas taxas, tratados, regulamentações, educação e política
social.
Uma
posição do governo face ao capital e aos negócios define o cenário tanto
para o sucesso quanto para o fracasso de sua economia.
4. A decisão na Escolha dos Ativos
4.1.
As Lições para os Investidores
É
muito mais racional decidir primeiro quanto risco estamos dispostos a
suportar, e então decidir em quais mercados desejamos entrar e quais
desejamos evitar.
Depois
devemos decidir qual o percentual de nossos ativos
colocaremos em cada mercado selecionado para obter bons resultados
consoantes à nossa tolerância ao risco. Em termos de resultados
finais, estes são de longe as mais importantes decisões a
tomar. O impacto da distribuição dos ativos ou política de
investimentos ultrapassará todas as outras decisões.
Atualmente,
a escolha do tipo de ativo a se investir é bem mais complexa do que
decidir apenas por ações, títulos públicos ou privados. Literalmente
centenas de classes separadas e distintas de ativos poderiam ser
identificados, e novos estão constantemente sendo propostos. Cada um tem
diferentes combinações de risco, recompensa e correlação com os outros.
Reunir as classes de ativos para se obter resultados positivos é onde
reside a carga do trabalho pesado a ser realizado.
5. O Poder da Informação
A
rapidez e a eficiência na difusão da informação está no coração do
debate sobre o quão eficientes os mercados são. Mesmo se os investidores
nunca ouviram a expressão "mercado eficiente", eles estabelecem
estratégias e direcionam suas opções baseadas nas opiniões sobre a
eficiência dos vários mercados.
5.1
Princípios de Mercado
Para
os mercados ajustarem adequadamente preços e valores, duas condições são
necessárias: compradores e vendedores dispostos e estes mesmos
participantes possuindo as mesmas informações . Se um lado
possui mais informações que outro, devemos esperar que aquele lado tenha
grande vantagem.
Os
mercados são o coração e a alma do sistema capitalista. A mão
invisível do sistema não somente ajusta preços, mas determina quantos bens
e serviços são distribuídos, e encoraja o crescimento do sistema com
benefícios para todos
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