A diferença básica entre ambas se concentra na forma de compor a taxa: enquanto o crédito prefixado opera com juros estáveis, que considera a inflação, o ganho da loja ou financeira e mais uma margem de garantia para qualquer eventualidade, o pós-fixado conta com taxas menores, que equivalem apenas aos juros (ou lucro) cobrados por quem concedeu o crédito. Os outros dois componentes (risco da economia e inflação) ficam por conta do devedor, que, além do juro, arca com a correção por um indicador de inflação, como TR ou variação cambial.
E portanto aí está centrado o risco do negócio:
mesmo com a estabilidade econômica, tanto o dólar quanto a inflação podem apresentar variações, o que pode transformar
os financiamentos pós-fixados em operações perigosas. O consumidor pode
sair ganhando na parte fixa da taxa de juros mas, em caso de qualquer oscilação
mais forte na parte variável, pode acabar pagando mais pelo crédito pós-fixado.
Quando um agente econômico fechar um negócio
com juros pós-fixados, ele terá que estar seguro quanto à estabilidade do
indexador escolhido para o financiamento porque, se este se elevar acima do
normal, apesar da taxa pré-fixada ser maior(juros fixos) a variação da parte
variável pode suplantá-la. Nessa situação, é importante considerar o prazo do
negócio (quando mais longo mais perigoso) e a situação do indexador na
economia.
Segundo os especialistas relacionados ao
setor, a melhor dica é não comprar a crédito, considerando que as taxas
cobradas no financiamento são sempre superiores que as das aplicações. Todos
reconhecem que as compras a crédito deveriam ser limitadas em apenas dois
casos: a) quando é necessário adquirir um produto essencial mas não há
recursos; b) nos casos em que o bem financiado vai propiciar uma renda capaz de
compensar os juros.
No mais deve-se observar os seguintes pontos:
a)
se não for
possível contestar a documentação exigida pela financeira, é interessante
pesquisar o preço à vista e a taxa de juros;
b)
verifique, além dos juros, o custo da taxa de
cadastro e impostos, que podem pesar bastante no preço final;
c)
em diversos
segmentos, quanto maior o número de prestações, mais elevada será a taxa de
juros, porque a empresa correrá risco de inadimplência por um período maior;
d)
quanto maior o
risco, maior deve ser o juro a ser pago a quem se arriscou, ou seja, as taxas e
os juros serão sempre proporcionais ao perfil do cliente que a loja ou
financeira está atraindo - nessa situação, as firmas que operam com faixas de
clientes de maior potencial de inadimplência e exigem poucas garantias são as
que cobram maiores taxas de juros.